Vairãgya é uma expressão da língua sânscrita – uma das línguas oficiais da Índia -, que indica um estado de desapaixonamento, em meio a situações que demanda garra, renúncia e desprendimento, sem contudo, sentir-se obrigado e consequentemente estressado, mas, radiante de alegria e contentamento pelo que se deseja alcançar, porém, sem a presença de um motivo que estabeleça a prisão ou ligação com o passado e tão pouco com a antecipação do futuro.

É fácil? Claro que não. Situar-se no meio, entre o passado e o futuro – o que já experimentou e o que apenas ouviu falar -, é um estado psíquico que demanda viver no presente, livre do que um dia foi e do que pensa que um dia será.

Viajar para o passado ou para o futuro, por alguns instantes em determinadas situações, a princípio não faz mal a ninguém. O mal começa quando o passado se torna uma via sacra ou, quando o futuro que é incerto, toma conta da vida psicológica do sujeito como se fossem realidades.

Mas, o que é o passado? Para entendê-lo didaticamente, o passado é a memória de um acontecimento que passou. Basta? Não! O passado não teria importância nenhuma se o acontecimento fosse lembrado como algo que passou e pronto – acabou! Infelizmente, o acontecimento não é apagado como se apaga um quadro negro, a experiência desse acontecimento fica registrada em nosso cérebro como memória. Este registro ou esta memória, nos mantém apegados ao passado.

A princípio a experiência de um acontecimento não teria importância nenhuma. Entretanto, mesmo deixando o acontecimento para trás, a experiência pertencente a ele permanece inconscientemente incompleta na psique do sujeito. O sujeito, de forma inconsciente deseja a repetição dessa experiência. Embora cronologicamente o acontecimento pertença ao passado, psicologicamente a experiência deixou a desejar, ficou incompleta, daí, ao se deparar com algo parecido a mesma é ativada e, novamente o sujeito caí na armadilha do passado, enchendo-se de culpas e desculpas as mais estapafúrdias.

O que é o futuro? O futuro como diz o ditado, “a deus pertence”, logo, não temos controle absoluto sobre ele. No entanto, se no presente continuarmos repetindo os hábitos do passado, o futuro, continuará sendo o passado.

A obesidade é o passado repetido no presente, caso esse passado não seja modificado no presente, a obesidade persistirá por toda a vida.

É possível viver uma vida integral, modificando completamente os hábitos e vícios do passado, no presente? É possível construir um futuro agora – hoje – diferente do passado? O que devo modificar agora, para conquistar o peso ideal amanhã? Manter-se no estado de Vairãgya, ajuda emagrecer?

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