Vamos iniciar perguntando, a princípio não ofende e quem pergunta, obviamente quer saber: Onde está a obesidade, na mesa e/ou na cabeça?
Existem situações que o que está na mesa é uma tentação à parte, como por exemplo, naqueles lares que mantêm diariamente uma mesa repleta de comidas, as mais variadas, para que as pessoas se sirvam à vontade e a qualquer hora.
Noutras situações a cabeça fala mais alto, por exemplo, quando o alimento passa a ser um escape ou fuga da tristeza, angústia, decepção, irritação, magoa, ressentimento, enfim, basta um desarranjo emocional que o sujeito procura mastigar alguma coisa que possa aplacar a sua dor.
Estar exposto a ambientes que estimulam à obesidade, dizendo sim quando deveria dizer não, ser cúmplice do “só hoje”, “um pouquinho não faz mal a ninguém”, estes e outros tipos de apelos, para muitos irresistíveis, pode pôr um fim ou, retardar o emagrecimento. Aja cabeça para suportar tantas insinuações, não é mesmo?
A pergunta que devemos fazer é a seguinte: Com tantas ingerências externas e internas, é possível conquistar um peso que seja adequado à saúde e ao bem-estar?
Para responder a essa pergunta, encontrei no filósofo Jean-Paul Sartre (1905-1980), uma frase bastante inspiradora, que é a seguinte: “Não importa o que fizeram conosco. Importa o que fizemos com o que fizeram conosco”.
Assim, devemos perguntar a nós mesmos, sobre o que fizemos ou que iremos fazer, para livrarmo-nos das amarras do passado, que possivelmente estariam relacionadas ao ganho de peso ou à obesidade.
Inegavelmente a obesidade é vista pela maioria dos profissionais de saúde e leigos, como consequência do desequilíbrio no balanço energético – maior consumo com menor gasto de energia -, acredito que se fosse somente isto, seria muito simples, bastava reduzir o consumo ou aumentar o gasto que a obesidade estaria eliminada.
Entretanto, existe uma espécie de entidade oculta que não se vê sentada à mesa e tampouco fazendo exercícios físicos, que determina o quanto e quando comer ou fazer exercícios, que se chama mente, nela estão presentes aquele que se entrega à comida ou aos exercícios desregradamente e o outro que apenas observa e testemunha tudo. É o que chamo de Dois em Um – observado, observador e o corpo físico. O corpo físico é o veículo, o condutor da mente.
A mente é o fator determinante, não propriamente uma mesa farta de comida ou uma linda academia, se o observador tem o controle da situação o observado – aquela parte da mente acostumado a chutar o pau da barraca -, seguirá as orientações do observador e se conterá. Assim o corpo físico que conduz essa mente, não engordará.