Guardadas as devidas proporções, a indústria bélica investe bilhões de dólares fazendo guerras, para ceifar vidas de milhares de seres humanos. Os trilhões que gastam para matar, poderiam ser gastos para eliminar a fome e a miséria no mundo.

Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), seria necessário investir algo em torno de US$30 bilhões por ano até o ano de 2025 para erradicar a fome no planeta. Dados da FAO relatam que existem 854 milhões de pessoas subnutridas no mundo, são pessoas que passam dia ou dias sem fazer uma refeição, por mais básica que seja.

Só o gasto militar dos EUA chega a 739,5 bilhões de dólar ano, provavelmente, somados aos demais países do mundo, chega-se facilmente à cifra dos trilhões de dólares.

Como havia dito, guardadas as devidas proporções, os gastos militares com guerras, que inclui os chamados ataques cirúrgicos com armas ultrassofisticadas e, os gastos para erradicar a fome no mundo, pode se dizer, que são inexistentes.

Analogamente, não há nenhuma proporção entre a dor de uma família que sofre pela miséria da desnutrição, com uma família de pessoas obesas, que possam estar também desnutridas, mas que vivem abarrotadas de comidas por todos os lados, alheios, ao sofrimento dos que deitam e acordam com o estômago vazio.

Enquanto houver guerras e fome, ricos e pobres, miséria e opulência, essas desproporções na humanidade, serão sempre aventadas.

Há pouco, ouvi o seguinte relato: “uma família, órfãos do pai, cujo óbito ocorrerá há 8 meses, quatro filhos pequenos e mãe adoentada, filha de 14 anos grávida, proveniente de estupro no trajeto do colégio, sofrem à deriva, sem rumo e a quem recorrer, para ao menos ter a esperança de fazer uma simples refeição ao dia”.

Voltando às devidas proporções, a mais recente técnica médica para combater a obesidade e, neste ponto, chamo a atenção para esta palavra “combater”, pelo seguinte motivo: essa técnica como também suas antecessoras, não visam tratar o sujeito obeso, tão somente, combater a obesidade, como se obesidade fosse algo vindo de fora ou como algo colocada sobre o corpo do sujeito.

Denominada de Embolização Bariátrica Arterial, tem o objetivo de bloquear a liberação da grelina – hormônio responsável pela regulação do apetite -, através de um cateter, direcionado ao fundo gástrico, parte superior do esôfago, onde o hormônio é produzido.

Guardadas as devidas proporções, é uma pena, que não haja a mesma proporção de investimentos em tecnologias, para eliminar a fome e a miséria no mundo, como o são nas áreas militares e médicas. Provavelmente, teríamos, menos desigualdades e paz no mundo, menos guerras, cirurgias, remédios e, mais saúde.

Leave your comment to Cancel Reply

Seu email não será divulgado