Penso, logo existo!
Este celebre dito, “Penso, logo existo”, que na ortografia latina se escreve “cogito, ergo sum”, foi a maneira que o filósofo e matemático francês René Descarte (1596-1650), encontrou para expressar que o homem por exercer a faculdade de pensar, tem a certeza de sua existência, ou seja, conquanto ser pensante, o homem realmente existe.
Ora, se o Homem existe porque é um ser pensante, então, que o leva a pensar virtuosamente e, agir contrário à preservação de sua própria vida, dos semelhantes e da natureza?
O que leva o Homem a cultuar determinados animais, como o cachorro por exemplo, e a prender, ignorar, matar para comer ou simplesmente matar outros animais em causa própria? Ou, o que leva o Homem à corrupção, roubo, matar e a torturar o próximo? E, o que leva o Homem a sustentar hábitos de vida que o enfraquece, rouba lhe a saúde e a qualidade de vida?
Será que o Homem faz essas coisas para se afirmar, sentir-se poderoso, por gostar de viver perigosamente ou, porque é um ser angustiado e não tem controle sobre si mesmo.
Seria a angústia a causa da desordem psíquica na humanidade? A angústia denota um estado de insatisfação, ora pela insegurança e medo de não alcançar o almejado, ora por se sentir dominado, incapaz de superar as próprias dificuldades.
A cessação da angústia se dá pela realização de um desejo, pela satisfação de ter chegado ao objetivo tão sonhado. Portanto, quando as dificuldades são ultrapassadas ocorre a satisfação e quando não, ocorre a insatisfação.
Então, devemos nos perguntar: a angústia reside entre a busca por satisfação e o receio de não alcançá-la? Se a insatisfação gera angústia o que gera a insatisfação?
Didaticamente é possível observar que a carência psicológica é o pré-requisito para a entrada em cena da insatisfação, e consequentemente, da angústia e, do medo de não alcançar o que se deseja.
O segredo está em encontrar a resposta que liga o surgimento da carência à insatisfação, exatamente no espaço que as separa. Ou seja, existe um espaço entre a transição da carência para a insatisfação, é nesse espaço que reside o segredo para a superação da angústia e do medo.
Para encontrá-lo é preciso silenciar a mente para ouvir a voz do coração, perguntando a si mesmo: “Então, o que eu realmente quero”?